O sindicato dos maquinistas afirmou nesta quinta-feira estar disponível para cancelar a greve que tem início à meia-noite de hoje, caso a administração da CP mostre abertura para negociar.
“A todo o momento podemos desconvocar a greve. Temos disponibilidade para fazê-lo, desde que haja abertura por parte da administração” da CP, afirmou à Lusa o presidente do sindicato dos maquinistas, António Medeiros.
Na quarta-feira, a porta-voz da CP, Ana Portela, disse à Lusa que a administração da empresa entendia que o sindicato dos maquinistas só não cancelava a greve prevista para o período do Natal porque “não queria”, afirmando que já tinha sido garantido ao sindicato que os processos disciplinares com irregularidades seriam arquivados.
Confrontado com estas declarações, o presidente do sindicato dos maquinistas considerou hoje ser uma “manobra dilatória”, sublinhando que “já há decisões disciplinares” tomadas pela CP.
A Lusa voltou hoje a contactar a CP, mas até ao momento não foi possível obter resposta.
O sindicato dos maquinistas entregou um pré-aviso de greve que abrange os dias 23, 24, 25 de dezembro e 01 de janeiro, bem como as horas extraordinárias até ao final do próximo mês.
Os utentes da CP deverão começar a sentir no final do dia de hoje o impacto da greve, que provocará atrasos e supressões de comboios depois da hora de ponta, disse à Lusa a porta-voz da empresa na quarta-feira.
O sindicato decidiu avançar para a greve alegando que a administração da CP, "ao arrepio do acordo assinado, em que sanava todo o conflito e criava as condições para a paz social na empresa, desencadeou de forma absurda, sem justificação e de forma ilegal procedimentos disciplinares".
Ainda na terça-feira, a porta-voz da CP disse à Lusa que a concretização da greve dos maquinistas terá um prejuízo de cerca de 2,5 milhões de euros, o que “agrava a situação de tesouraria já frágil da empresa”.
